segunda-feira, 27 de julho de 2009

Pedaços de mim

Olhando-me no espelho percebo que a imagem refletida não sou eu. É um mero pedaço de mim, aliás, muito pequeno, ínfimo até.

Sou tão maior do que a imagem que vejo.

E meu lado maior é tão menos visível. Até para mim mesma.

Há em mim muitas salas, muitos caminhos que levam a outras salas.

Algumas agradáveis, leves, alegres, com uma bela paisagem. Outras nem tanto.

Algumas que ficam com as portas abertas, para quem quiser entrar, sentar e ficar a vontade. Outras nas quais as portas ainda não foram abertas, que nem eu mesma conheço.

Que bondade de Deus fazer-nos seres eternos!!! Assim tenho muito tempo para conhecer todos os meus cantinhos. Entro em meu silêncio e, a cada dia, dou um novo passo, desbravo um caminho não percorrido, abro uma porta desconhecida e observo uma nova sala.

Desta forma posso admirar e relembrar de todos os ambientes dos quais gostei. E, daqueles não tão agradáveis, a partir do momento que os conheço, posso alterá-los. Fazer uma faxina no lugar, por mais difícil que possa ser, e deixá-lo a meu gosto.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Jardim

Estava sentada, olhando o horizonte, sem maiores pretensões. De repente, minha visão depara-se com um jardim. Um jardim tão belo, como nunca havia encontrado.

Eram tantas flores, de tantas cores. Já podia imaginar o perfume em minhas narinas. Podia me imaginar dentro do jardim, sentindo-me acolhida pelos raios de sol que lá brilhavam.

No meio das plantas e flores caminhava um gatinho, todo rajado... meigo e brincalhão, como os felinos. Ele me faria companhia.

E eu sentia, sinceramente, que o jardim percebia minha pessoa e desejava minha presença.

Mas ele estava pouco distante. Ainda tinha de caminhar até alcançá-lo. E, depois que entrasse no jardim, seria acolhida e não mais o deixaria. Passaria a cuidar de todas as plantas e animais que ali residissem.

Caminhei vagarosamente. A cada passo reparava em mais um detalhe do jardim, a cada passo queria mais estar dentro dele.

Mas, em certo momento, quando a distância já não era tanta, percebi que o jardim estava protegido. Havia uma redoma de vidro, intransponível, que o contornava. Acredito que era invisível a certa distância, uma vez que eu não a tinha percebido (ou, talvez, eu não quis percebê-la de tão encantada que estava).

Eu não podia entrar no jardim. Já tinha percebido as sensações que teria quando estivesse envolvida por sua natureza e agora... só o vazio, o desejo de lá estar...

Restam duas opções: ficar sentada, apenas observando o jardim, sem poder senti-lo... ou partir, esquecendo que existe um local tão belo.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Minha mente

Está frio.

Amanhã é Sexta-feira.

Como vai você?

O que tenho para fazer no trabalho?

Preciso mudar de casa.

Tenho de tirar férias.

Como vai você?

O livro que estava lendo terminou. Sentirei saudades.

Estou comigo.

Como vai você?

O trânsito está me cansando.

Pegar as roupas na lavanderia.

Como vai você?

Preciso voltar a caminhar e correr.

O mundo é tão grande, por que me esqueço disso?

Arquivar meus documentos.

Como vai você?

PÁRA!!!

I n s p i r o.

E x p i r o.

I n s p i r o.

E x p i r o.

Silêncio...