Se existe o destino, não há o livre arbítrio. Se existe este, não há aquele.
Simplesmente porque não há como coexistir destino e livre arbítrio.
Como se afirmar que o destino é certo, se o homem tem as escolhas de seus atos e cada ato praticado leva a uma conseqüência, que, evidentemente, pode afastá-lo do suposto "destino".
Exemplificando: determinada pessoa nasce "destinada" a ser cientista e descobrir a cura do câncer. Contudo, ela não estuda, passa a juventude afundada em drogas, não cursa uma faculdade, decide trabalhar vendendo brincos em uma feira hippie. Evidente que o "destino" não vai acontecer, porque a pessoa, com seu livre arbítrio, não o quis.
Outro exemplo, a pessoa que nasce com o destino de viver até 90 anos, contudo, decide se matar e mergulha, em vôo livre, do quadragésimo andar de um prédio. Vai me dizer que ela não morrerá, porque não é seu destino?!?!?!?
Se assim o for, vou sair dirigindo meu carro a duzentos por ora, passar em todos os sinais vermelhos, não vou mais trancar minha casa, dormirei com as portas escancaradas... afinal, se não estiver no meu destino, nada de ruim irá acontecer... e se o ruim estiver no meu destino, ainda que eu seja precavida, ele irá ocorrer...
Sinto muito aos que crêem piamente no destino, mas ele não me faz o mínimo sentido para mim.
E, se o destino existe, não há livre arbítrio. Se a pessoa está destinada a ser engenheira, não poderá optar pela profissão de música. Não poderá optar por nada que seja diverso ou que a afaste do fadado "destino". Ou seja, havendo destino, não há livre arbítrio!!! Somos meros fantoches, que pensamos que podemos decidir algo em nossa vida.
Prefiro acreditar que há programações. Cada qual nasce (ou reencarna, para aqueles que acreditam) com uma programação. Se será cumprida ou não, está nas mãos da própria pessoa, que possui o livre arbítrio.
Por isso temos de pensar em cada atitude que tomamos, pois o nosso "destino" não está traçado, mas é feito por nós mesmos.
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